13. Será que o amor não se desgasta com o tempo?

Foto di Luisella Planeta Leoni – Pixabay

O Amor é mais forte do que a morte;
O fogo ardente do amor é uma chama divina!
Toda a água dos oceanos não seria suficiente
para apagar o fogo do amor.”

(Ct 8,6)

Muitos jovens se questionam: “Por que ficar juntos quando o amor acabou?” É uma boa pergunta. Mas não será antes possível procurar a maneira de evitar que as dificuldades da vida apaguem a chama do nosso amor?

  • É verdade que assumir logo de início as atitudes de casal – relações sexuais, vida em comum, etc – tem como efeito impedir muitas vezes o aprofundamento do amor, interromper a sua construção, viciar a sua verificação.
    Quem é o outro, aquele ou aquela que eu amo? Quem sou eu mesmo hoje, que dom profundo estou apto a dar? Descobrir-se, conhecer-se antes de decidir uma aliança e de se unir.
    O amor, não é só o fogo do sentimento, não é só o flash de uma paixão. O amor é um fogo que deve resistir aos caprichos dos ventos e aos tornados dos temporais.

Este amor é possível: podemos decidi-lo e realizá-lo. Como?
O amor não se reduz à impressão que tenho de amar ou de já não amar. É esta decisão recíproca que faz o elo do amor.

  • Mas será que o amor não se desgasta também?
    Pode desgastar-se e pode não se desgastar. Isso depende muito de como nos amamos e continuamos a amar. Não há fatalidade: Um filho de um divorciado não está condenado a divorciar-se. Ele é como todo homem, uma pessoa única, capaz de amar e de ser amado. Pode construir uma relação, aprofundar um amor, perdoar e ser perdoado.
  • Como pode o amor não se desgastar?
    – Fazendo-o crescer.Amar não é só ter relações físicas ou sorrir quando se acha o outro amável. Fazer crescer o amor é amar: querer o bem do outro, ver tudo o que ele faz de bem e não somar tudo o que ele faz de mal. É procurar dar prazer ao outro. Dar gratuitamente…

– Para fazer crescer o amor, é preciso enxertar o amor no amor…
“Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero” (Rm 7,19). É o pecado. O casamento e o Amor, quando da Criação por Deus do homem e da mulher, não se dissociavam. Depois do pecado original já não podemos dizer que se trata da mesma coisa. Se quisermos ouvir as explicações que Deus nos propõe, compreendemos que é o pecado original que impede esta associação casamento/amor (ver Q 31). É a nossa tendência para fazer o mal, para o pecado. E isto desgasta o amor. Discussões, raivas, faltas de atenção ao outro, egoísmos… Mas Deus não nos condena a ficarmos fechados no fracasso do pecado original. Ele propõe-nos, respeitando sempre a nossa liberdade, voltarmos a apoiar-nos no amor, reconhecermos as nossas faltas e aceitarmos ser recriados de novo. Receber de novo esta chama de Deus que é Amor.

O sacramento do matrimônio dá esta capacidade de renovar o amor bebendo da fonte que é o Amor (ver Q 15).

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23. Então, acaso ou criação?

E a reincarnação? (49)