Que diriam vocês de um casal que não tivesse a menor discussão? Não perguntariam qual dos dois teria absorvido o outro?
A diferença entre o homem e a mulher é de tal forma extraordinária, que permite, através de uma abordagem diferente das coisas, um enriquecimento mútuo, desde que percamos tempo escutando um ao outro e tentando nos compreender: troca de pontos de vista, discussões, às vezes sérias, mas que ajudam o amor a crescer para um maior conhecimento.
- Claro que – e todos sabemos disto, mesmo os que não são casados – pode acontecer que alguém esteja de tal forma apegado às suas idéias e empenhado em as impor, que não esteja nada disponível para escutar o outro. É então que se dá mal! Nenhum assunto é tratado de forma profunda, sem que se acrescente umas pequenas sentenças irônicas ou de condenação… Porque todos esses comentários inofensivos ferem o outro, uma vez que eles não o respeitam. E nós vamos reagir segundo os nossos diferentes temperamentos: explodindo, fechando-nos no mutismo ou na amargura, contra-atacando.
O amor vai para a guerra… O medo e a desconfiança tentam tomar lugar.
Guardar no seu coração amargura ou rancores, ficar remoendo o seu desentendimento, eis o veneno para o amor.
A doença é grave, mas não é mortal… - O tratamento? Decidir acabar com os maus sentimentos e por vezes parar com as interpretações da imaginação. “Eu quero tentar continuar a te amar”, dizia uma menina à sua irmã caprichosa. Esta decisão de amar de novo, de reabrir o seu coração ao outro, de o acolher e de o aceitar tal como ele é, de o ver com um olhar novo, é o que chamamos perdão. Não é apagar o passado como se ele não tivesse existido, mas é, apesar do passado, recomeçar com uma esperança e uma força novas. “Peço-te perdão por todas as vezes em que não o fiz desde que nos casamos (ou seja, em 20 anos, nunca)”. Foi como se nós tivéssemos nos casado de novo, contava a senhora, o nosso casamento reencontrou a vida.
Em todas as vidas, há conflitos. Pelo perdão, eles podem, em vez de matar o amor, contribuir para fazê-lo crescer.
Testemunho
Era dia de Natal. Nós devíamos encontrar com a família do meu marido, Jacques, que morava a 150 Km de nós. Estavam à nossa espera para o almoço e estava previsto que lá dormíssemos, antes de no dia seguinte, partirmos para uma viagem de alguns dias só nós dois. Os nossos filhos seriam (distribuídos pelos irmãos e irmãs, que estariam presentes na festa de Natal. Como já estávamos atrasados, o meu marido apressou um pouco a partida: malas, casacos, tudo foi arrumado num instante, e eu tive que me apressar sem ter tempo para verificar se não me esquecia de nada! Depois do almoço, as crianças quiseram ir brincar na rua. Tinha nevado e estava frio: eu quis dar-lhes as luvas e os gorros, mas não os conseguia encontrar. Mandei-os ir perguntar ao pai. Ele afirmava não ter visto nem as luvas nem os gorros no armário, na altura em que metia as coisas no carro. Eu não acreditei nele e comecei a enervar-me: claro, distraído como ele é, com a pressa da saída, só podia ter sido ele quem esqueceu! E começou uma cena em frente de toda a família e o meu marido saiu para a rua, batendo a porta! Eu esperava que ele regressasse, um bocado ansiosa. Uma lufada de alegria invadiu nossos corações. Parecíamos dois apaixonados. A família não percebia nada. Era como se estivéssemos revivendo essa emoção intensa do “sim” pronunciado no dia do nosso casamento. Bénédicte |
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