11. Será que existe uma única pessoa feita para mim?

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Foto di Pexels da Pixabay

É ao mesmo tempo um sonho e uma inquietação… A pessoa que encontrei será mesmo feita para mim? Aquela com quem sonho existirá? E se sim, como a reconhecer?

  • Estas questões são quase inevitáveis: quanto mais conhecemos o outro, mais descobrimos as suas qualidades, mas também os seus defeitos. Reparamos também que o compromisso reveste um caráter absoluto, definitivo.

E se tivesse me enganado? E se não fosse ela ou ele? E se a paixão nos cegasse e se uma vez casados nos déssemos conta que tínhamo-nos enganado?
Ao mesmo tempo, o imaginário tende a criar um modelo ideal do outro: ele ou ela deve ser assim, ter tal aspecto, tal caráter e sobretudo não ter aquele defeito! Muitas vezes, em vez de receber e aprender a conhecer o outro pelo que é, procuramos encontrar nele o ideal que criamos.

  • Reconhecer juntos que se é feito um para o outro é dar tempo para se conhecer bem: partilhar em profundidade, aceitar que o outro seja diferente, etc… É bom também colocar juntos certas questões: Seremos capazes de ultrapassar o cinzento do quotidiano? Poderemos juntos ultrapassar as grandes dificuldades da vida? Amaremo-nos o suficiente para suportar os nossos defeitos?

Este reconhecimento conduz a uma escolha que somos capazes de fazer em liberdade: Sim, é com ele, é com ela, que eu quero passar a minha vida, ter filhos, construir uma família. A escolha do outro, que conduz a um compromisso total e definitivo, é então feita na confiança e na esperança.

  • Sendo assim, é preciso por vezes saber interromper uma relação, porque se chega à conclusão de que não se é feito um para o outro, que não poderemos ultrapassar a diferença de meio, de cultura ou de idade, divergências de temperamento, uma não aceitação dos limites do outro, etc… é preciso também ter o cuidado de fazer esta escolha sem procurar razões do tipo: “eu queria de qualquer maneira casar e ter filhos”, “tudo se arranjará depois de casados”, “ele agradava aos meus pais”, etc. Ter cuidado também com a pressão social e familiar, com a tendência a idealizar o outro, a sonhá-lo, com a dependência sexual que se instala rapidamente.
  • Com efeito, a escolha é uma decisão que compromete toda a nossa vida, a do outro ou a dos filhos que poderiam vir. Por esta razão, podemos dizer que o casamento, se é ponto de partida para a vida em comum, é também o ponto mais alto de uma caminhada a dois no decurso da qual houve o reconhecimento do outro como aquele que foi feito para nós.
Testemunho

 

Antes de nos conhecermos, qualquer um de nós tinha o desejo de fundar uma família e de permanecer puro no nosso coração e no nosso corpo, na espera do outro. Isto não nos impedia de procurar a alma gêmea, e de nos fazermos regularmente a pergunta: Será este? Será esta?

Já nos conhecíamos há quatro anos, tínhamos feito vários passeios em conjunto, porque pertencíamos ao mesmo grupo de amigos, sem que nada se tivesse tornado claro nem para um, nem para outro: cada um de nós tinha o seu espírito voltado para outros. Depois, um belo dia, sem que saibamos explicar porquê, nem como, e permanecendo as nossas buscas sem resultado, tudo se tornou claro e se encadeou de uma maneira tão natural e tão simples, que percebemos rapidamente que éramos feitos um para o outro. A nossa aproximação de repente tornou-se normal, de uma evidência clara.

Enquanto éramos só amigos, a nossa intimidade, a nossa atração pelo outro, a nossa atenção cresciam. Tivemos realmente a impressão de um presente que se recebe, e não de algo que se toma. Foi assim que ficamos noivos, depois casamos: é uma bela aventura de amor, que durará toda a nossa vida.

Michel e Véronique

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