Quando vemos duas pessoas que parecem se amar profundamente, dizemos muitas vezes que, afinal de contas, é normal, parece que têm semelhanças, centros de interesse comuns, ou ainda que estudaram juntas, etc.
Dito de outro modo, pareceria poder-se explicar o amor entre dois seres por tal ou tal elo que os aproxima ou por uma razão precisa (“amo-a porque é amorosa”, ou “o que amo nele é o seu humor” ou ainda Ôtem muito bom coração”, “complementamo-nos tão bem”, etc.)
- No entanto, esta explicação aparente não explica nada, há muitas outras pessoas com bom coração, com senso de humor ou que são amorosas…
De fato, parece haver no amor uma parte de mistério, impossível de explicar ou fazer nascer por vontade, ou de prever. E isto é muito bom. Porque o amor tem a ver com a parte mais profunda da nossa pessoa, a mais única. - E um amor autêntico, se pode “utilizar” as qualidades de um ou do outro (o seu humor, aspecto físico, as qualidades do seu coração…) para crescer e aproximar as duas pessoas, é capaz também de assumir defeitos e limites que nunca deixam de aparecer. Esta capacidade que o amor tem para ir além da sedução é sobretudo, um bom teste da profundidade da relação. De fato e de forma misteriosa a relação enraíza-se na própria pessoa.
Então: Por que ele? Por que ela? A única verdadeira “explicação” é constatar, como Montaigne a propósito da sua amizade com La Boétie: “Porque é ele, porque sou eu”.
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