49. E a reincarnação?

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Foto di Ben Burton da Pixabay

Redescobre-se hoje a reincarnação através das diferentes religiões orientais. Assim, por exemplo, no cântico do feliz Krishma (a Bhagavad Gîtâ), pode Ier-se: “Tal como um, homem se desfaz do seu vestuário usado para vestir um novo, assim a alma, despida dos seus corpos usados, se une a um novo corpo”. (2, 22)

  • Para estas religiões, a vida humana é como um eterno recomeço onde a alma é uma parte do todo, e no qual o corpo não é mais que um veículo transitário (yâna).
  • Este encadeamento de vidas é interpretado de maneira sensivelmente diferente no Oriente e no Ocidente.
  • Os sábios e os Mestres do Oriente desejam quebrar a cadeia dos nascimentos sucessivos para realizar a fusão do Absoluto. É a etapa última: a “libertação” (moksha) dos hindus, “a extinção” (nirvâna) dos budistas, ou “a iluminação definitiva” (satori) dos manges zen do Japão.
    Ao contrário, aqueles, que no Ocidente, acreditam na reincarnação consideram esta doutrina uma oportunidade de realizar aquilo que era impossível numa só vida. E isto indefinidamente: é como se fosse possível estar sempre a “repetir o ano”.
  • Aderir a esta crença, é simultaneamente aderir a toda uma maneira de ver a vida, Deus, o Homem, a sua liberdade. É importante, pois, compreender bem sobre que terreno nos comprometemos.
  • Em todo o caso, há com a ideia da reincarnação duas aspirações importantes que são postas em relevo: ser purificado do mal e viver eternamente na presença do divino. Estas aspirações são belas. A questão é saber se se encontra uma resposta sólida: quer se queira ou não, há sempre uma perspectiva de aniquilamento da nossa pessoa.
  •  Quanto à purificação em relação ao mal, não se vêem melhores meios de que possamos dispor num hipotético futuro e que nos libertem melhor que hoje.
  • A vida nova que Jesus promete não é uma nova vida: ela é uma eternidade de alegria e de amor, eterna, isto é, para sempre! E Cristo pode-nos libertar do mal pois Ele é Deus: Ele pode, se nós o desejarmos, criar-nos de novo pelo Seu perdão; nós conhecemos bem a incapacidade que temos de quebrar as nossas cadeias.

A vida humana não consiste em se desligar da vida, em nada fazer; ela é pelo contrário uma procura do que é belo, bom e verdadeiro.

Testemunho

 

Há alguns anos, li um livro que explicava que Deus é um grande tudo e que nós somos depen-dentes do Cosmos, como uma garrafa de água atirada ao oceano. É necessário partirmos o vidro da garrafa (que não é mais que o nosso “eu”, o nosso orgulho, o nosso egoísmo) para poder atingir Deus e nos dissolvermos nÕEle. Seguindo os conselhos de numerosos sábios, lancei-me em cada uma das técnicas propostas: yoga, aikido; kendo, o hinduismo; a meditação transcendental, o zazen e por fim o zen japonês.

Por todo lado nos prometem a felicidade, o amor universal, o poder do espírito sobre a matéria (o “satori”, o “nirvana”) se chegarmos a atingir o “despertar”. Falavam-nos da lei do Karma que explica que as dificuldades que vivemos na nossa vida resultam das más ações do nosso passado ou das nossas vidas anteriores. Pois quando morremos, reencarnamos, segundo a boa conduta da nossa vida, no corpo de uma pessoa mais ou menos sábia ou de um animal.

Como tinha acabado de passar por dificuldades dolorosas, o meu guru explicou-me que eu deveria ter sido uma grande criminosa numa vida anterior… O único meio de quebrar este ciclo vicioso era de me salvar a mim mesma praticando o zen japonês, técnica aparentemente mais radical e mais rápida e, ao mesmo tempo, mais dolorosa. Ao fim de 2 anos já tinha chegado a fazer 18 horas de zen por dia! Estava pronta a entrar num mosteiro zen japonês alguns meses mais tarde…

Uma tortura interior

O meu guru, que conhecia toda uma rede de médiuns, videntes, curandeiros, radiestesistas, etc., e pensava que eu possuía predisposição para isto, iniciou-me nos dons de vidência e de cura. Descobri assim o mundo do ocultismo e do esoterismo e fiquei espantada ao constatar quanto estes homens e mulheres, que têm por vezes dons espetaculares – que deles se apropriam através de orações ocultas e muitas vezes por “consagração” da sua pessoa a Satanás – eram torturadas interiormente pela angústia e pelo medo da morte… E muitas vezes, eles escondem os seus jogos ocultos atrás de palavras cristãs e não hesitam em colocar na sala onde recebem os doentes, estátuas da Virgem Maria ou de santos. Se eles curam às vezes os corpos, é ao preço da alma da pessoa doente.

Um acidente revelador

Um dia estava num ônibus, mesmo atrás do motorista. Uma senhora de idade atravessou subitamente a rua e foi atropelada pelo ônibus. Imediatamente os passageiros e os operários se precipitaram para socorrer a senhora. Mas eu permaneci sentada no meu lugar concentrando-me com todas as minhas forças, como me tinham ensinado, sobre o movimento do meu diafragma para não me emocionar…
Mas esta paz, assim obtida era perfeitamente superficial e egocêntrica. Eu estava ficando completamente insensível ao sofrimento dos outros.

Este acontecimento fez-me ver que percorria um caminho errado…

Sabine

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48. Será necessário ser cristão para ser salvo?

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A vontade de Jesus sobre a sua Igreja e a escolha dos Doze (Bento XVI)